O vinho verde...... o que é???
- Paulo Braga Lopes
- 25 de jul. de 2016
- 3 min de leitura

O vinho verde é mais um produto de excelente qualidade produzido em Portugal. Oriundo da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, em Portugal, portanto é uma denominação de origem controlada (DOC) que remonta ao ano 1908.
É único no mundo. Naturalmente leve e fresco, produzido na província no noroeste de Portugal, uma região costeira geograficamente bem localizada para a produção de excelentes vinhos brancos. Berço da carismática casta Alvarinho e produtora de vinhos de lote únicos, a Região dos Vinhos Verdes oferece um conjunto ímpar de vinhos muito gastronómicos. Têm um moderado teor alcoólico, e portanto menos calórico, é um vinho frutado, fácil de beber, óptimo como aperitivo ou em harmonização com refeições leves e equilibradas: saladas, peixes, mariscos, carnes brancas, tapas, sushi, sashimi e outros pratos internacionais.
O carisma deste vinho é resultado, por um lado, das características do solo, clima e factores socioeconômicos da Região dos Vinhos Verdes, e, por outro, das peculiaridades das castas autóctones da região e das formas de cultivo da vinha. Destes factores resulta um vinho naturalmente leve e fresco, diferente dos restantes vinhos do mundo.
Existem Vinhos Verdes, brancos e tintos, rosés e espumantes. Existem também vinagres de vinho verde, aguardentes de vinho verde e reconhecidas bagaceiras.
As principais castas são, para os brancos, o Loureiro, o Alvarinho, o Arinto (conhecido localmente por Pedernã) e a Trajadura.
Para os tintos são o Vinhão e para rosados o Espadeiro. Também existem a tinta nacional, asal tinto, tinturão).
Devido às características climáticas encontradas nesta Região Demarcada, os vinhos produzidos, sejam brancos ou tintos, têm uma concentração em ácido málico superior à que é frequente nos vinhos de outras regiões de Portugal, o que lhes acentua a agradável frescura. Estes vinhos devem ser consumidos quando jovens.

Fermentação maloláctica??
As coisas acontecem naturalmente (fermentação), com a chegada dos primeiros calores da Primavera, tem início de forma espontânea uma segunda fermentação: a fermentação maloláctica. Esta consiste no ataque ao ácido málico pelas bactérias lácticas, que irão decompor o ácido málico essencialmente em ácido láctico e succínico, ambos com menor poder ácido do que o ácido málico e sabores mais refrescantes, dando assim uma prova mais macia ao vinho. Um dos produtos desta fermentação é o gás carbónico, razão pela qual no passado alguns vinhos que faziam esta fermentação espontaneamente na garrafa ficavam com algum gás dissolvido, a chamado “pico”.
Por mais que soe estranho, um Vinho Verde não é um vinho verde. Aliás, um Vinho Verde pode ser tinto, branco ou rosé. E pode, inclusive, ser espumante.
Mas então, se o vinho não é verde, de onde vem o nome Vinho Verde?
A região originária de produção é um clima úmido e com um índice pluviométrico bastante elevado.
A versão mais difundida pelos próprios produtores diz que o nome deve-se ao fato da região demarcada para a produção desse vinho, no noroeste de Portugal, ser exuberantemente verde! O clima úmido e o alto índice pluviométrico da província do Minho, de fato, transformam a paisagem, deixando-a linda e verde.
Mas também existe uma outra versão, que diz que o nome Verde deve-se ao estilo fresco e leve do vinho, em uma alusão ao seu caráter jovem.
E existe, também, uma terceira versão, segundo a qual o elevado teor de acidez desse vinho faz ele parecer ter sido produzido a partir de uvas colhidas antes da hora, ou seja, com uvas verdes. Mas a verdade é que as uvas são colhidas na data exata em que atingem o ponto de equilíbrio dos taninos, ácidos, açúcares, matérias corantes e compostos aromáticos. E, também, na data exata em que os bagos atingem seu peso máximo.
Mas essa acidez marcante dos Vinhos Verdes existe, sim. E seu efeito na língua é chamado, em Portugal, de “agulha”.
E essa acidez resulta de vinhas extremamente vigorosas, com ácido málico extraordinariamente alto e níveis de açúcar natural da uva relativamente baixos, o que também explica o baixo teor alcoólico.
E, como Portugal é um país notoriamente apegado à tradição, aqui vai uma interessante história sobre Vinho Verde: Dizem que os Vinhos Verdes foram os primeiros vinhos portugueses a serem exportados para os mercados europeus!
Alguns apreciadores de vinho injustamente torcem o nariz para o Vinho Verde, pensando neles como cheios de gás, muito adocicados e exageradamente ácidos. Esqueça. O investimento da região dos Vinhos Verdes em novas vinhas e em novos sistemas de condução de vinhas, aliado a uma nova geração de enólogos mais ousados e à profissionalização geral do mercado, mudou muito o Vinho Verde, em questão de duas décadas!
É comum, hoje, encontrarmos Vinhos Verdes complexos e ricos em aromas, mas que continuam a ser frescos e leves, como devem!
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