As principais castas de vinho
- lusitaniasapores
- 11 de mar. de 2016
- 5 min de leitura
Quando falamos de casta de vinhos (tipos de uva), chegamos fácilmente à conclusão que existem cerca de 10 mil castas em todo o mundo! Esta resultam de experiências propositadas com a fertilização cruzada ou o resultado de processos de mutação natural. Assim existem, naturalmente, castas mais conhecidas e procuradas do que outras. Na realidade, o sector vinícola internacional baseia-se em 12 castas principais – 6 brancas e 6 pretas – cujos paladares, independentemente do ponto do globo onde se encontram – são inconfundíveis. Todas a outras são de utilização mais nas suas origens e regiões (por motivos de não se adptarem fácilmente, ou mesmo pelos vitivinicultures não apostarem em variações).
Gostava portanto de vos apresentar as castas mais utilizadas no mundo para um melhor entendimento do grande mundo dos vinhos e também para saberem o que esperar de cada uma delas a nivel de paladrar, etc. quero ainda referir que as notas aqui apresentadas são uma caracteristica que marca na uva, mas varia com um terreno e região do mundo onde se encontram plantadas, pois o "terroir", acrescenta valor na composição da uva.
Uvas pretas

Cabernet Sauvignon
Reconhecida internacionalmente como a rainha das uvas pretas, produz um vinho denso e inebriante, fortemente influenciado pela madeira de carvalho. Fácil de cultivar, é extremamente versátil, adaptando-se perfeitamente a uma grande variedade de climas e solos, mas produz apenas pequenas quantidades de uvas. Pequena mas potente, esta casta – caracterizada ainda por uma pele grossa – é frequentemente misturada com outras de forma a suavizar o paladar do néctar final.
Origem: Bordéus, França
Outros países de cultivo: Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Chile, Argentina, Portugal, Espanha, Itália, Bulgária, Hungria, Moldávia, Roménia, Líbano, Grécia.
Principais notas aromáticas: groselhas negras, ameixas pretas, amoras, damascos, hortelã-pimenta, eucalipto, pimenta verde moída, madeira de cedro, tomate cereja, chocolate preto.
Pinot Noir
Amada e odiada, esta casta, para ser aproveitada em toda a sua maravilhosa plenitude, requer requisitos específicos – um clima frio e húmido, um solo com algum teor calcário. Para além disso, possui uma pele extremamente fina e vulnerável. Apesar da dificuldade em cultivar e até em transformar esta casta em vinho, uma vez conseguida valerá a pena todo o esforço – para além de um néctar divinal, é utilizada na produção dos melhores champanhes e vinhos espumantes.
Origem: Borgonha e Champagne, França
Outros países de cultivo: Estados Unidos (Califórnia e Oregão), Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Alemanha, Suíça.
Principais notas aromáticas: framboesa, morango, cereja maraschino, grãos de café ou moca.
Syrah
Popularmente conhecida como Shiraz, principalmente na Austrália onde tem enorme sucesso, esta casta resulta na produção de vinhos escuros, ricos, fortes, com um elevado grau de álcool e ligeiramente apimentados. Combina na perfeição com várias outras castas e envelhece de forma sublime, conferindo ao produto final o estatuto de um vinho tinto verdadeiramente clássico.
Origem: Região do Alto Ródano, França
Outros países de cultivo: Austrália, África do Sul, Estados Unidos (Califórnia), Suíça.
Principais notas aromáticas: cerejas pretas, groselhas negras, amoras, ameixas, damascos, pimenta preta, alcaçuz, gengibre, chocolate preto, violeta.
Merlot
Inicialmente utilizada apenas em conjunto com outras castas, hoje a Merlot também brilha sozinha. Produzindo néctares suaves e escorregadios, são perfeitos a solo e muito fáceis de beber, continuando, no entanto, a ser extremamente úteis para suavizar vinhos mais compostos e ásperos.
Origem: Bordéus, França
Outros países de cultivo: Estados Unidos (Califórnia e Washington), Itália, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Argentina, Chile, Roménia.
Principais notas aromáticas: ameixas pretas, amoras, uvas passas, bolo de fruta, feijão verde, espargos, chocolate derretido.
Grenache
Os climas quentes e secos potenciam todo o sabor desta casta que, com o seu paladar frutado e apimentado, revela ainda um grau de álcool substancial, ideal para combinar com outras castas ou para liderar, sozinha, aquele que já é considerado um dos vinhos tintos mais na moda.
Origem: Espanha
Outros países de cultivo: França, Austrália, Estados Unidos (Califórnia).
Principais notas aromáticas: morangos, framboesas, groselhas vermelhas, ginjas, pimenta preta, gengibre moído, chocolate, violetas.
Gamay
Produz o vinho tinto mais leve que existe atualmente, sendo o ideal bebê-lo ainda novo e não envelhecido, para poder apreciar verdadeiramente o seu paladar jovem, fresco e alegre. A sua difusão pelo mundo tem sido mínima devido às suas exigências específicas de cultivo, principalmente ao nível do solo.
Origem: Beaujolais, França
Outros países de cultivo: Suíça, Estados Unidos (Califórnia).
Principais notas aromáticas: morangos silvestres, doces cozidos, essência de pêra ou de banana, pastilha elástica.
Uvas brancas

Chardonnay
Reconhecida internacionalmente como a rainha das uvas brancas, produz um vinho branco dourado, fortemente influenciado pela madeira. Fácil de cultivar, é extremamente versátil, adaptando-se perfeitamente a uma enorme variedade de climas e solos. Possibilita o cultivo de grandes quantidades de uvas, permitindo ainda a produção de espumantes deliciosos.
Origem: Borgonha, França
Outros países de cultivo: Estados Unidos (nomeadamente Califórnia, Orégão e Long Island – Nova Iorque), Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, Chile, Argentina, Norte de Itália, Norte de Espanha, Hungria, Bulgária.
Principais notas aromáticas: leve e não madeirizado – limão, maçã ácida e pêra; levemente madeirizado – maçã assada, manteiga derretida, flocos de aveia, noz-moscada; fortemente madeirizado – caramelo, pralina, bolo de limão, baunilha, gordura de bacon, fumo de madeira.
Sauvignon Blanc
Uma casta simples, mas especial, que produz vinhos pálidos, leves e ácidos. Sem grande exposição às madeiras, desenvolve um aroma único e intenso, acompanhado de um paladar altamente frutado.
Origem: Loire, Sancerre e Pouilly-Fumé – França
Outros países de cultivo: Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, África do Sul, Chile.
Principais notas aromáticas: frutado – pêra, maçã ácida, groselha verde, manga, melão, maracujá; vegetais verdes – espargos, ervilhas, pimentos vermelhos.
Sémillon
Apesar de gozar do estatuto de ser uma das primeiras castas do mundo, é considerada pouco original e a maioria das vezes, misturada com outras castas – nomeadamente a Sauvignon Blanc – para obter os vinhos desejados. No entanto, detém duas características distintas: o seu aroma e paladar sugerem um amadurecimento na madeira, sem que o tenha sido; e consegue produzir um vinho de sobremesa inigualável.
Origem: Bordéus, França
Outros países de cultivo: Sul de França, Austrália, Chile, Argentina, África do Sul, Estados Unidos (Califórnia).
Principais notas aromáticas: seco – mel, casca de lima, groselha verde, metal; misturada com Chardonnay – sumo de limão e lima; vinho de sobremesa – alperce, pêssego, mel, açúcar de cevada, leite-creme.
Riesling
A única casta que não é originária de França, destaca-se pela sua mutabilidade surpreendente em termos de produção, ou seja, tanto produz um vinho seco e de grande longevidade, como um vinho de sobremesa doce e envelhecido, sem esquecer todos os restantes géneros que existem entre ambos os extremos. Apesar de conter sempre elevados níveis de acidez, estes são equilibrados graças à doçura natural desta casta alemã.
Origem: Alemanha
Outros países de cultivo: Austrália, Nova Zelândia, Alsácia, Norte de Itália, Áustria, Estados Unidos, Canadá.
Principais notas aromáticas: limas frescas, pêssego, alperce, floral.
Chenin Blanc
Um camaleão dos vinhos brancos, esta casta produz toda uma linha de néctares, dos mais secos, aos mais doces, passando pelos espumantes. Acima de tudo, destaca-se pelo seu paladar particularmente ácido, sendo não raras vezes utilizado juntamente com outras castas.
Origem: Vale do Loire, França
Outros países de cultivo: África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Estados Unidos (Califórnia).
Principais notas aromáticas: maçã e pêra verde, maracujá, mel, frutos secos, dureza mineral ou metálica.
Gewürztraminer
Destaca-se desde logo pela cor da sua casca – rosa escura – nada mais apropriado uma vez que se trata de uma casta especialmente floral e perfumada. O seu aroma e paladar são igualmente poderosos, reunindo influências da fruta, flores e especiarias várias, para um resultado que “primeiro estranha-se e depois entranha-se”
Origem: Alsácia
Outros países de cultivo: Alemanha, Áustria, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, Nordeste de Espanha, Estados Unidos.
Principais notas aromáticas: lichia, pêssego, nectarina, gengibre, canela, cravinho, pimenta branca, violetas, pétalas de rosa.
Comments