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Sobretudo pão: do grão à sua mesa, história do Pão....

  • Paulo Braga Lopes
  • 29 de jul. de 2015
  • 3 min de leitura

Como anteriormente comentei, vou apresentar um pequeno texto sobre a história do pão na Europa e mais particularmente em Portugal, para entendermos a importância do pão na culinária Portuguesa.


Na Europa o pão chegou através dos gregos, que foi expandido pelos Romanos por todo o Império. Este era feito inicialmente em casa, pelas mulheres, tendo passado mais tarde a ser fabricado em padarias públicas, surgindo, então, os primeiros padeiros. Esta produção de pão, muitas vezes era utilizado como complemento do soldo dos soldados, costume este que durou até à Idade Média.

Com a queda do Império Romano e da organização por ele imposta ao território conquistado, as padarias europeias desapareceram, retornando o fabrico doméstico do pão na maior parte da Europa.

Na Idade Média os moinhos e fornos existentes pertenciam ao senhor das terras (senhor Feudal), de utilização comunitária, assim o uso era permitido mediante pagamento em espécie, a própria produção de pão.

O consumo voltou a aumentar pela maior razão, tratava-se de um alimento com custos baratos e que “enchia a barriga”, assim a sua expansão foi rápida e de grande importância para sustentar as populações. Apesar de tudo era um pão ázimo, sem fermento e achatado, que acompanhava outros alimentos, como a carne e sopas dando um importante complemento às refeições e mesmo ao “engrossar” dos pratos (multiplicar os pratos para alimentar a família inteira).

A importância do pão acompanha toda a história do Homem, e não menos importante foi o seu lado religioso, em que representa o simbolo da vida, alimento do corpo e da alma e simbolo da partilha.

O Pão foi variadas vezes referido na história da igreja, foi sublimado na multiplicação dos pães, na Santa Ceia, e até hoje, simboliza a fé, na missa católica - a hóstia - , representando o corpo de Cristo.

Em Portugal o pão chegou até nós através dos jesuítas (ordem religiosa fundada em 1534). O episódio da história de Portugal que revela toda a importância do pão pelo território acontece em 1333 no reinado de D.Diniz, quando o Pais atravessa uma grave pobreza e consequentemente fome em que nem os ricos foram poupados. Sua esposa, Rainha D. Isabel para aliviar a situação empenhou suas joias e mandou vir trigo de lugares distantes para abastecer o celeiro real, e assim manter o seu costume de distribuir pão aos pobres durante as crises. Com esta passagem a rainha Santa Isabel se tornou a padroeira dos panificadores, dando origem ao dia de Santa Isabel comemorado em 8 de Julho.

O pão é, sem dúvida, um dos alimentos base de Portugal. Existe em diversas formas ao longo do território nacional, não se limitando ao pão de trigo, em que o pão alentejano é o mais representativo. No centro do país utilizar-se pão para outros pratos, como o torricado (um pão grande, torrado com azeite e que é servido como acompanhamento), o bacalhau espiritual, diversos ensopados e, entre os doces, as rabanadas, etc.

Na zona do Porto temos a broa de milho, a broa de Avintes, a fogaça, a rosca típicas. Um pouco mais a norte (Minho) tenho de referir as "bolas" (lê-se "bôlas") que tanto podem significar grandes pães com carne misturada (em Trás dos Montes) ou pães baixos, redondos e compactos servidos com sardinhas ou carne (em algumas partes do Minho).

As Caralhotas de Almeirim (zona de Santarém) são pães redondos e de tamanho médio, especialmente apreciados quando acabados de sair do forno, o pão-com-chouriço (frequente em feiras e festas populares, onde é consumido quente, cozendo no forno a lenha com o chouriço já no seu interior), os folares (próprios da Páscoa) e outros.


Assim em bons costumes Portuguesas o Pão faz parte de qualquer mesa, sem o mesmo a mesa não está completa.




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